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S. Roque em Festa

 

Cerca de um século após o povoamento da ilha, D. João III, tendo sido informado da situação dos povos do norte da ilha que viviam fora dos benefícios da acção municipal, em consequência da distância que os esperava da sede do concelho, resolveu que uma das paróquias da banda do Norte fosse elevada à categoria de vila.

A câmara das Lajes  “opinou a favor de S. Roque, daí resultando a criação da vila, por provisão de el-rei de 10 de Novembro de 1542. Quer isso dizer que, no próximo dia 10 de Novembro, ocorrem 470 anos sobre a criação do concelho de S. Roque, uma efeméride interessante a recordar pelo respectivo Município.

Escreve o historiador Lacerda Machado: Dividida assim a ilha em dois concelhos, ficou o das Lajes com as freguesias da Santíssima Trindade, Santa Barbara e S. Mateus, que compreendia a actual freguesia da Candelária, e o da vila nova com as de S. Roque, Nossa Senhora da Ajuda e Madalena.

Na parte eclesiástica, continuou como dantes toda a ilha sujeita ao ouvidor das Lajes, até 1883, em que a  freguesia da Madalena ficou subordinada ao ouvidor do Faial. Em 1703 foi de novo incorporada na ouvidoria das Lajes que voltou a abranger toda a ilha. Hoje “os papéis inverteram-se” sem razões aparentes que o justifiquem...

Nem sempre foram pacíficas as relações dos dois mais antigos concelhos da Ilha, por causa da divisão dos baldios, questão que acabou por ser pacificamente resolvida e, hoje, os povos e autoridades das duas jurisdições vivem em harmonia, apesar de, de longe a longe, surgirem empecilhos que transtornam a paz e harmonia das suas gentes.

Em 1940, a Nação Portuguesa celebrou o Duplo Centenário da Independência e  Restauração de Portugal. Foi constituída uma Comissão Nacional para as comemorações, da qual era vice-presidente o picoense Coronel Linhares de Lima, ao tempo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Nos armazéns da Câmara existiam, por haverem sido retiradas dos lugares públicos, as estátuas (em bronze) do Rei Dom Dinis e (em mármore) do Infante Dom Henrique. O Município de Lisboa ofereceu a primeira estátua à  ilha do Pico e a segunda à ilha do Faial. Esta não teve dificuldades de colocação pois o local já estava destinado no denominado Largo do Infante. E lá foi solenemente colocada. (Mais tarde teve de ser retirada por desgaste...)

A estátua de D. Dinis, devia ter sido colocada nas Lajes por ser a primeira povoação da ilha. Não o entendeu a Comissão dos Centenários e determinou a sua instalação  no porto de S. Roque.

Foi escolhido o dia do Santo Padroeiro para a inauguração, acontecimento que se revestiu do maior luzimento. Da Horta, veio o  governador do Distrito Capitão Moreira de Carvalho e as Autoridades Militares. Estava-se na segunda guerra mundial e a Horta tinha  contingentes militares do exército e da marinha de alguns milhares. Os respectivos chefes viajaram num vaso de guerra ali destacado. As autoridades picoenses não faltaram. Em nome da Câmara de S. Roque, junto da estátua, falou Almério Tavares, chefe da secretaria judicial. Era então Presidente da Comissão Administrativa Municipal Celestino Augusto de Freitas, e administrador do concelho, cargo que foi extinto com a promulgação do Estatuto dos Distritos Autónomos, Raimundo Mesquita. A seguir, na Matriz de S. Roque, teve lugar a Missa e Procissão do Padroeiro. Era pároco e ouvidor o Pe. Domingos Ferreira da Rosa Ângelo, personalidade distinta do concelho.  O jantar oficial foi servido na casa de Raimundo Mesquita, ao lado da Matriz.

Mais tarde a Comissão Distrital dos Centenários da Horta, presidida pelo Governador, ofereceu ao Município Lajense uma verba de 5 000$00 escudos para a erecção de um cruzeiro. (Com um cruzeiro se comemorou o Duplo Centenário em muitas partes do País, um alvitre do Pe. e poeta Moreira das Neves.  O desenho é da autoria de Augusto Garcia, técnico da J.A.E., da secção de fiscalização da estrada Lajes - Piedade, ao tempo em construção, e a execução foi do Mestre de Pedreiro Manuel Macedo e sua companhia. A inauguração teve lugar no 1º de Dezembro daquele ano de 1940. Estive presente.

Já isto escrevi mas vale a pena recordar.

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